

275 ANOS
de Fé e Devoção
A Igreja de Nossa Senhora das Neves, também conhecida como Santuário das Neves, é um dos templos católicos mais antigos do Espírito Santo e está profundamente ligada à colonização jesuítica do sul capixaba.
Relatos históricos e tradições locais atribuem a fundação da primeira capela a missionários jesuítas, possivelmente sob a orientação do Padre jesuíta Almada acompanhado de alguns fidalgos, em torno de 1581, quando ele atuava na catequese de povos indígenas na região litorânea capixaba.
A localidade de Muribeca, situada entre o mar e as terras férteis do vale do Itabapoana, era um ponto estratégico para as missões, permitindo acesso tanto ao litoral quanto ao interior. Essa primeira capela teria sido simples, feita de materiais perecíveis, e servia de apoio às atividades missionárias e agrícolas dos padres da Companhia de Jesus.
A edificação atual, com estrutura de pedra, barro, areia e óleo de baleia, começou provavelmente no final do século XVII, sendo concluída entre 1694 e 1720.
A construção foi conduzida por jesuítas e contou com o trabalho de índios catequizados e colonos locais.
Esse tipo de técnica construtiva é típico das obras missionárias da época, combinando conhecimento europeu e mão de obra indígena.
O templo foi erguido sobre uma pequena colina na planície de Muribeca, de onde se avista o mar. A escolha do local tinha também valor simbólico: a elevação representava proteção espiritual e dominava a paisagem rural ao redor.
Registros orais e documentos de paróquias vizinhas mencionam incêndios e saques que teriam atingido o santuário em diferentes períodos.
O mais conhecido deles ocorreu, segundo a tradição, por volta do século XIX, quando parte da estrutura foi danificada e posteriormente restaurada pela comunidade local.
Durante o século XX, a igreja passou por períodos de abandono, alternados com esforços de restauração conduzidos por moradores e pela Diocese de Cachoeiro de Itapemirim.
Mais do que um monumento arquitetônico, a Igreja de Nossa Senhora das Neves simboliza a continuidade da fé e da presença católica desde os primeiros tempos da colonização capixaba.
Ela foi ponto de encontro de indígenas, escravos libertos, lavradores e fiéis que mantiveram viva a devoção mesmo em tempos de crise.
Por sua antiguidade e valor histórico, o templo é considerado um marco da arquitetura colonial religiosa no Espírito Santo.
O conjunto formado pela igreja e pela antiga Fazenda Muribeca compõe um dos mais importantes sítios históricos do sul do estado.
A fachada simples, com frontão triangular e campanário lateral, reflete a estética das missões jesuíticas: sem ornamentos excessivos, mas de grande harmonia proporcional.
O interior conserva altares barrocos e imagens sacras originais, incluindo uma imagem de Nossa Senhora das Neves trazida de Portugal no século XVIII.
O piso, as janelas em arco e o altar-mor restaurado seguem o modelo das igrejas missionárias da época.
O templo é tombado pelo Conselho Estadual de Cultura do Espírito Santo e reconhecido como Patrimônio Histórico e Artístico Estadual.
Além disso, o local foi incluído em inventários da rota jesuítica e de sítios arqueológicos associados à presença missionária no litoral sul.
Em 2024, a Festa de Nossa Senhora das Neves foi oficialmente declarada Patrimônio Cultural Imaterial do Espírito Santo, (Lei nº 12.169) consolidando o reconhecimento histórico e espiritual da comunidade local.
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